Criei este blog com o Intuito de apenas expor minhas ideias e Opniões

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Contos de fim de ano - O mascate

  Morei em Pernambuco durante toda a minha infância e adolescência.Pernambuco não era muito conhecido naquele tempo.Foi ganhando sua importância mais para a frente.
  Eu não tinha muitos amigos,só tinha Marcos - o garoto da casa vizinha.Naquele verão foi tudo diferente: Marcos estava viajando,o que fez com que eu procurasse um novo amigo.Tentei me enturmar  com os garotos da Rua 4 ,mas não consegui - eles eram bem mais velhos.Desisti por um tempo de amizades e tentei me divertir só com o que eu tinha: Uma bola de futebol e uma pipa.Sem me importar por estar sozinho,eu passava todas as tardes com aquela Bola e pipa;fingia ser o dono do mundo,imortal,só eu e o mundo inteiro.
  Na primeira semana  foi até fácil brincar sem a companhia de Marcos,mas na segunda semana aquilo foi perdendo a diversão e acabou se tornando em um enorme poço de tédio.Infelizmente eu não podia fazer nada.
 Eu já estava ficando sem ideias de como se divertir sozinho.Resolvi me sentar em frente a rua e observar quem passava.Eram crianças,jovens,adultos,idosos que passavam pela estrada de terra.Mulheres carregando seus filhos,rapazes à procura de uma vida melhor,o tempo que demorava para passar.Ao contrário de minhas brincadeiras,ver aquelas pessoas caminhando pelas ruas não era algo repetitivo.
 Onde eu morava,a chegada de mascates era novidade.Em poucos dias eles já passavam de casa em casa oferecendo seus produtos e alegrando a clientela.Cada rua era visitada por um mascate todas as tardes.Na minha passava Jacó - só fiquei sabendo seu nome porque toda vez que chegava na rua se apresentava para quem dava ouvidos - que vendia bolsas e ferramentas.Todo dia Jacó passava,sempre sorrindo,até que um dia me viu sentado e decidiu conversar comigo. "Muito prazer garoto,me chamo Jacó e vendo objetos úteis,quer comprar algo?"."Não,obrigado".Sempre sorridente,ia mais uma vez o mascate amigo de todos - também se tornou meu amigo.E foi uma amizade muito forte.Já se acostumara com meu jeito de se divertir.Sempre no finalzinho da tarde ele ia se despedir e me contar algumas histórias de seu trabalho.Eram fascinantes.Pena que fomos amigos por pouco tempo.
  Jacó leva o trabalho muito a sério e não tem tempo para pensar em amores.Algo,ou melhor,alguém mudou tudo isso.Marcela,a sua freguesa,fez com que o pobre mascate se apaixonasse por aquele sorriso simples que sempre fascina.A rotina continuava a mesma: De porta em porta Jacó ia oferecendo seus produtos.
  O relacionamento do Mascate e da freguesa acabou se tornando coisa séria.Ele decidiu procurar um emprego melhor em outra cidade,abandonando as ruas de Pernambuco.Ela o acompanhou.O casal apaixonado foi embora daquela simples rua.Marcos voltou para casa,mas eu até nem ligava muito.Ao mesmo tempo que tenho um amigo ao meu lado,perco outro que acabara de ganhar.
  E aquela simples rua não continuou a mesma depois da partida de Jacó.Ficou mais triste.Passa- se anos e a situação continua a mesma.Nunca mais vi Jacó em toda a minha vida.Onde estará aquele mascate que deixa felicidade por onde passa?Até hoje fico sentado esperando Jacó retornar e como sempre sair se apresentando para deus e mundo.Talvez ele volte um dia,enquanto isso continuo plantado do lado de fora de casa com a esperança de rever meu velho amigo.Dizem que cada um vai para um canto;nunca pensei que isso realmente fosse verdade.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Contos de fim de ano - O teatro

 Me lembro da primeira vez que fui ao teatro: Eu não sabia o que esperar ao entrar.Convenci meu pai a me levar  para assistir uma peça muito famosa - O gato malhado e a andorinha sinhá -  e eu estava muito ansioso.
  Demorou cerca de 2 anos,mas meu pai finalmente conseguiu me levar  - As condições em casa não estavam muito boas - e no fundo eu compreendia a demora,tanto que nunca toquei no assunto novamente com o meu pai.Eu sabia que bastava dizer uma única vez que ele jamais esqueceria.Na verdade,só conheci o teatro pela televisão que sempre anunciava uma estréia - Não importava sobre o que era,poderia ser comédia,romance,drama,eles sempre anunciavam.O teatro se tornou algo mais complexo do que uma simples história onde o começo era narrado por "Era uma vez" e terminava sempre com um final feliz.E sempre que o teatro passava na televisão eu ficava fascinado com a multidão que assistia da platéia.
  O que realmente seria aquele espetáculo?Uma espécie de show?Um festival?
  Decidi perguntar a algumas pessoas.Tudo o que recebi de resposta foi : "O que é isso?" , "Já ouvi falar,mas não me lembro direito". Foi quando descobri que naquele tempo as pessoas já estavam pobres de cultura - ou seja apenas um aperto financeiro,como aconteceu com meus pais ou talvez não seja nada mesmo.Eu adorava ficar imaginando como seria a abertura de um teatro.Talvez se parecesse com a de um circo lotado,espalhando milhões de "Respeitável público" devido ao forte eco que corria pelas  lonas.
  Quando chegou o tão esperado dia,emoção,alegria,ansiedade,tudo se espalhava para dentro de mim.Eram mais ou menos umas 17:00 quando meu pai chegou em casa para me buscar - O espetáculo começaria às 20:30.Entramos no carro e partimos.Meu pai ligou o rádio e que música tocava - Legião Urbana,um delírio.Herdei o gosto pelo teatro devido ao meu pai - Quando era muleque não perdia nenhum.Chegamos no local com 5 minutos de antecedência.Fui correndo comprar algo para comer.Quando deu 20:30 me arrepiei por completo.Enfim saberia que segredos e curiosidades me aguardam.Quando abri a porta e me encaminhei até minha poltrona,observei tudo - desde quem estava sentado do meu lado até a iluminação do ambiente - e gostei muito do que vi.Ao abrirem as cortinas,uma perspectiva me rodeou por horas.Depois de encerrarem o espetáculo,continuei por lá.Não consegui entender por que toda aquela multidão saia de suas poltronas e entravam dentro de seus carros e partiam.Não falei nada,nem me movi.Só pensei que o teatro era diferente.Pensei que era do jeito que ele era/é guardado dentro de minhas lembranças: Sem fim.
 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Contos de fim de ano - A máquina dos sonhos

  Quando eu era garoto,brincadeiras na rua não faltavam.Tudo era motivo de diversão.Eu não sabia o que era amor e nem queria saber.Namorar então.... "o que é isso".Estou certo de que aproveitei bem a minha infância.E não existiam grandes responsabilidades.Minha única obrigação era inventar novas brincadeiras.
  A moda não me atingia como atinge as pessoas atualmente. " Chinelo no pé,camisa regata toda suja,tudo de bom para mim". Minha diversão era inventar histórias que nunca acabavam.Enquanto eu inventava minha mãe passava o dia inteiro na frente da máquina de escrever.Quando ela não estava escrevendo eu sentava naquele banco bem alto e me divertia fingindo ser um escritor.Conforme a tecnologia ia se avançando aquela máquina ia sendo esquecida.
  Minha juventude foi muito boa.Eu adorava enviar cartas a amigos meus.Bolei meus primeiros contos diante daquela máquina que mais tarde seria minha.Infelizmente, já naquele tempo,cartas já estava se tornando algo muito ultrapassado. " Não ligo,não vou parar de escrever cartas".
  Quando fiquei adulto perdi toda a minha facilidade de imaginar.Eu ficava por horas tentando bolar novas histórias e nada saia.Nem na hora de dormir - onde tudo faz sentido.Parei de sonhar.Me tornei o que mais temi na minha vida. "O bicho homem não pensa,não cria,não tem opinião própria;só acena e recebe ordens".
  E enquanto muitos querem crescer porque acham que será a melhor coisa,eu daria tudo para ter a minha infância de volta.Eu até achei que entenderia os adultos quando fosse um.O adulto perde a alegria da vida.Adulto é algo muito vazio.Qual a lógica de querer crescer se perderemos tudo de mais precioso que conseguimos durante a nossa infância: Sonhos.
  Sobre esse assunto é melhor parar por aqui.Bem... o mundo não para.Preciso ir,tenho uma pilha de trabalhos do serviço.Eu até tentei conversar com o meu chefe sobre sonhos mas ele deu risada da minha cara.Está ai mais um problema do bicho homem: Evitar a mudança;viver na mesmice de sempre.Guardei minha máquina no guarda-roupa.A fábrica de invenções se fechou.Tenho medo de nunca mais abrir.

domingo, 2 de dezembro de 2012

02/12/12

  Querido amigo.
  Nem acredito que já estamos no final de 2012.Confesso que esse ano foi muito bom e como eu aprendi tanta coisa boa.Não me arrependo de nada.
  Sua amada até que melhorou um pouco,mas depois piorou.Não se preocupe,ela estará ao seu lado a partir de hoje.Talvez ao seu lado ela consiga melhorar - acho que nesse momento ela já esteja ao seu lado totalmente recuperada.Devido a uns assuntos eu nem tive tempo de me despedir dela.Você deve estar em algum lugar por ai e nem me passou seu endereço.Talvez ainda demore um bom tempo para eu visitar vocês.Me mandem cartas,estarei em casa durante esse final de ano.Junto com essas cartas me mandem o endereço de onde estão morando agora.
  É uma pena ver tanta falsidade ao redor de todos.Fico mais triste ainda por saber que isso nunca acabará,não importa aonde estivermos.O jeito é " livrai-me de todo o mal,amém! ".
  Me arrependo de não ter perguntado algumas coisas a você quando estava por aqui.Não mando essas perguntas porque acredito que elas devem ser respondidas frente a frente.Não faço isso por obrigação,só acho isso a melhor maneira.
  E minha vida anda meio que uma montanha-russa e até que isso é um pouco bom.Pensei que seria bem pior.Minha pequena anda me ajudando muito e fico feliz por tê-la ao meu lado.Sempre que precisei pude contar com ela.É realmente gratificante poder dar sabendo que receberei amor.Precisamos mais disso no nosso cotidiano.
  Talvez eu te escreva mais vezes.Talvez essa seja a ultima carta de 2012 que envio a você - vocês. Continuo insistindo para que me mandem cartas.Ultimamente isso anda meio pré-histórico mas não ligo.Até qualquer dia Querido amigo e cuide bem de sua amada.O engraçado é que vocês foram em bora no mesmo dia. Coincidência?Creio que não,é apenas o destino nos mostrando que quando é amor nada é capaz de modificar nossa história.
  "Era uma vez um garoto que aprendeu a amar e escrever ao mesmo tempo.Ao saber que amar seria algo complicado de mais,passou a escrever sobre ele até que se apaixonou de verdade.Coisa boa não saiu disso".

-Matheus S.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

23/11/12

Ontem me encontrei com a minha pequena na biblioteca.Ela estava lá desde às 16:00.Cheguei lá uma hora depois.Entrei bem discretamente para que ela não notasse a minha presença por pequenos minutos.Fiquei parado olhando de longe ela lendo um livro perto de uma janela.Realmente eu estava certo: Minha pequena fica tão linda quando lê. Mais tarde fomos embora de ônibus.Não quero que a minha pequena cresça - algo meio impossível de se impedir.Preciso também mencionar aquele rosto iluminado pelo sol.Meu deus,que olhos são aqueles!
 Hoje não ando muito inspirado.Talvez amanhã eu consiga escrever algo melhor.Minha pequena me deixa muito feliz e quero que continue assim.Sempre vou me lembrar da tarde de ontem,a mais feliz da minha vida.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

21/11/12

 Para Gabriela Queiroz

  Depois do curso eu pensei em te ligar mas não sabia se você estava acordada,talvez eu te acordaria.Hoje foi mais um daqueles dias em que me apego muito a alguém - Mais uma vez você foi a escolhida.Me pergunto se você sentiu saudade de mim,porque eu senti muito a sua falta.Há tempos não mando cartas e gostaria de escrever uma e te enviar.Amanhã procuro por um correio -Juro.No fim da tarde eu só pensava em chegar em casa e conversar com a minha pequena.Queria muito saber se essa história de cartas vai dar certo.Confesso que odeio algumas novas tecnologias;enviar cartas se tornou algo tão pré-histórico.É uma pena.Acredito que não exista nada mais verdadeiro e simples do que enviar cartas.Espere até minha máquina chegar;sua caixa de correio vai encher até o topo de tantas declarações que mandarei.
  Lembra daquele ultimo domingo em que saímos?Você deve se lembrar que eu ria ao te ver tomando sorvete."Você está derrubando tudo no chão" , "Parece uma criança tomando sorvete" - eu repetia isso de minuto em minuto mas saiba que quando você me olhava sem graça ou nervosa eu olhava bem fundo nos seus olhos e como sempre eu sorria por saber que formamos perfeito casal.Me desculpe se te deixei nervosa naquele dia.Saiba que te provoco porque te amo.
  Como diria Caio em um momento desses: "Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa.".
   De tantas perguntas que tenho para te fazer,hoje só perguntarei uma: Ainda me amará amanhã de manhã?
   Te escrevo mil textos,te envio cartas de 2 em 2 minutos,te beijo até você enjoar. Não se esqueça que para ver seu sorriso novamente eu faço isso e muito mais.

- Matheus S.

domingo, 18 de novembro de 2012

18/11/12

Querido amigo.

Sinto muita falta sua.Desde 2010 não conversamos pra valer.Tenho tantas novidades.Devo começar contando o que se passou nesses  últimos dois anos: Sofri por falta de tempo,por paixões que nunca duravam,ótimas oportunidades,aprendizados,etc.Nesse momento você deve estar achando que eu fiquei maluco ou ando me drogando,mas vou especificar uma a uma para você me entender.
 Falta de tempo: Ultimamente está muito difícil escrever;ando correndo do tempo.Eu só queria encontrar uma solução para essa falta,mas já tentei e não encontro.O jeito é deixar acontecer e torcer para 2013 chegar logo - sei que tudo dará certo.
  Paixões que nunca duram: Não sei se preciso me benzer ou a falta de sorte anda do meu lado.Eu só quero um amor que dure mas nunca acho.E é claro que me iludi - não me sinto idiota por isso,apenas acho que uma hora ou outra nós vamos ter que passar por isso.Sei que não tenho a mesma sorte que você no amor.Saiba que sua amada continua a sua espera.É tão ruim te ver tão longe.
  Ótimas oportunidades: Ando estudando muito e parece que quanto mais estudo mais eu tenho dúvidas.Chamo de oportunidades minhas escolhas no futuro.Não sei direito no que trabalhar - um dia ainda me torno escritor,basta ter fé.Preciso decidir logo pois o tempo passa e leva junto com ele todos os nossos sonhos.
  Aprendizados: Aprendi muito errando,tentando,vivendo.No que mais aprendi foi em confiar nas pessoas - ou não.Por que as pessoas são tão  duas caras?Aonde você está também é assim?Bem provável que não.2012 foi o ano que mais aprendi;2013 trará aprendizado em dobro?
  Ao especificar essas novidades espero que você tenha entendido o que estou passando.Sua amada não anda muito bem de saúde.Os remédios anti-depressivos não estão fazendo mais efeito.Ela sente muito a sua falta,assim como eu.Nunca falamos sobre amor e o que ele faz - Quando você estava por perto eu ainda não sabia amar - e gostaria muito de bater um papo com você sobre ele.Estou muito feliz com a minha amada Gabriela que me faz um bem danado.Quando nos encontramos pela primeira vez eu já sabia que ia dar certo.Estamos juntos à dois meses e espero que venham mais e mais.Eu aposto que você brigaria comigo ou me daria um puxão de orelha se estivesse por perto;sei que meus estudos são importantes.A Gabriela me motiva a passar a perna no tempo.Ela me dá uma tremenda confiança.Não precisa se preocupar,tenho um anjo da guarda em terra que prometeu ficar comigo para sempre.Sem esse anjo confesso que a mesmice do mundo me consumiria.
  Bom,amigo, preciso ir;me desculpe se esse texto possui algum erro de digitação,é que a minha pequena está me esperando.Qualquer dia te faço uma visita.Não se preocupe com sua amada,estou aqui torcendo para ela se recuperar.Eu queria saber o que você acha do amor,mas acredito que nunca descobrirei a resposta.O jeito é imaginar.
- Matheus S.